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Setembro Amarelo! Você sabe o que é?
Amarelo, cor solar, significando vitalidade e energia, é a escolhida para estampar a campanha que nos alerta para a importância dos cuidados com a saúde mental de modo geral, e com as questões de prevenção ao suicídio, de modo específico.
Dia 10 de setembro foi estabelecido o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. E certamente que este tema está na pauta da Organização Mundial de Saúde, pois nos últimos anos houve um relevante aumento de casos, especialmente entre a população jovem.
Sabemos
quais sinais são alertas para cuidarmos de nossa natureza sensível, de nossa
subjetividade? E ainda, será que respeitamos esses sinais como algo que mereça
cuidados especiais de nossa parte?
A
experiência mostra que ainda são poucas as pessoas que buscam auxílio quando
surgem sinais de vulnerabilidade emocional ou psíquica. Em muitos casos, as
pessoas permitem que a situação fique insustentável, produzindo danos
emocionais severos, e só então pensa-se no auxílio possível.
Hoje, apesar
de muita informação sobre quadros depressivos e os sintomas associados,
busca-se caminhos paliativos, mostrando o quanto é difícil às pessoas admitir
as próprias fragilidades emocionais e tratá-las francamente.
Quando os
quadros ditos mais “clássicos” surgem, existe uma certa mobilização em torno da
pessoa que os apresentam, como por exemplo, o desinteresse pela vida, falta de
vitalidade, sentimentos negativos, ansiedade generalizada, falta de apetite,
ideias suicidas.
Certamente
são quadros que deixam claro a necessidade de auxílio.
Mas o que
quero ressaltar é que esses quadros, apesar de surgirem muitas vezes de um dia
para o outro, não são criados dessa mesma maneira. São construídos ao longo da história
de vida. Em pequenos acontecimentos aos quais não se dá o devido cuidado.
Cada um de
nós, em nossas atividades cotidianas, atravessamos situações que nem sempre são
bem resolvidas. Muitas delas “jogamos para baixo do nosso tapete” psíquico,
entulhando sentimentos, emoções, rancores, mágoas, angústias...
Situações
como:
- jovens que
não sabem como lidar com as ansiedades e pressões pré-vestibular;
- mães que
não entendem os próprios sentimentos surgidos com a maternidade;
-
trabalhadores que temem o desemprego iminente;
- crianças
que sofrem desde cedo o preconceito e o bullying;
- pessoas de
toda ordem que sofrem pelo corpo “fora dos padrões” socialmente valorizados;
- idosos que
sentem-se abandonados em meio à família;
- pessoas
que vivem mergulhadas nas relações virtuais em detrimento das relações
presenciais;
-
universitários que sentem-se pressionados à perfeição de suas produções;
- bebês
cujos cuidados são terceirizados;
-
adolescentes que sentem-se solitários em meio aos grupos...
Essas situações
são apenas algumas que estão bastante presentes ao nosso redor. E são, de
alguma forma, já um alerta de que a vida emocional precisa de cuidados.
Essas e
outras situações nos mostram o quanto é necessário falar dos próprios
sentimentos.
E então nos deparamos
com outra questão: quem pode nos ouvir? Quem ouvirá a respeito de nossos
sentimentos, sem nos julgar? A quem recorrer?
Por um lado
precisamos considerar a importância do acolhimento comum, das pessoas que estão
ao nosso redor, familiares e amigos, que podem ser um ponto de apoio
fundamental nas mais diversas situações. E para isso cabe a todos nós criarmos
relações significativas que nos permitam auxiliar quem necessita numa primeira
abordagem fraterna.
Porém, o
acolhimento não será suficiente, necessitando de ajuda especializada. Aquelas
tantas emoções, sentimentos e situações “jogadas em baixo do tapete” reclamam
sua revisão. Um profissional da área psi estará apto a transitar por tais
sentimentos desagradáveis, ofertando um caminho para a reelaboração dos mesmos,
proporcionando a oportunidade de se criar caminhos mais saudáveis para o viver.
Assim,
aderindo a proposta do Setembro Amarelo, alertando sobre a necessidade de
cuidar de nossa subjetividade, não esperem chegar o momento de dizer “Não aguento
mais!”!
Não hesite
em buscar meios de sentir e viver a vida de modo mais saudável! Busque ajuda!
Fale de seus sentimentos! Valorize sua saúde integral!
Andréa
Tarazona Gonçalves
Psicóloga e Psicoterapeuta
Psicóloga e Psicoterapeuta
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